sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Gente, depois de umas férias prolongadíssimas promovidas pela UFPI, eu volto à ativa. E agora que eu vou passar um tempo desocupada se preparem para ouvir minhas baboseiras...

Siiim! Vamos começar. Ontem morreu o Marcelo Silva, ex-Suzana Vieira. O cara ficou famoso por casar com uma senhoraatrizfamosadaglobo e se envolver (e envolvê-la) em alguns bafafás. MAAAS! A questão não é essa.

O cabra morreu por overdose de cocaína e porque ficou deprimido (segundo o pai do rapaz)com uns comentários que a dona inteligência apresentadora gourmet Ana Maria Braga havia feito em seu programa. Eu, como telespectadora assídua (aiaiaiuiui!) do programa "Mais Você" já vi a loira falar diversas asneiras no seu programa, daquelas que eu fico pensando "por essa idiotice com certeza ela pegou um carão do diretor". MAAAS! Essa de falar no ar que o cara é um vagabundo, cafajeste, que quer que ele desapareça da face da Terra é demais, né? Por essa o diretor deve ter arrancado as orelhas dela. MAAS! Isso é que dá botar a mulher pra falar, se mandasse ela ir lá e fazer os bolinhos, os cozidinhos...duvido que o povo disesse que ela é burra. Por isso, eu me permito mandar um recadinho carinhoso pra Globo: "Acorda, menina!".

MAAAAS! Aí eu fiquei com uma pulga atrás da orelha. Qual o limite entre a liberdade de expressão e a agressão? Até onde uma pessoa pública pode falar o que pensa? Por que falar? Por que calar? Quem faz jornalismo sabe que deve (e tem que ) existir um filtro entre o cérebro e a boca. MAAAAS! E a subjetividade? Falar o que pensa ou falar o que tem que ser falado? E aí? A melhor resposta - dos aspirantes à jornalista - ganha uma entrevista exclusiva da Ma-ysa! Ow gente, podia ser da Ma-donna, né? Ráráiiii!

Quanto ao falecido, que Deus ou o diabo tome de conta...

domingo, 14 de setembro de 2008

Sandálias da Humildade, já!

Como se diz popularmente: "As eleições estão bem aí!". E nesse corre-corre de fim de campanhas eleitorais, as pesquisas de opinião pública estão com tudo. IPOP, DataPovo, DataCerto e afins estão em polvorosa com suas pesquisas... O jornal Meio Norte contratou o IPOP para fazer pesquisas em Teresina, a última pesquisa divulgada neste domingo, no Jornal Meio Norte, diz que Silvio tem 67,5% e Nazareno 17%. A pesquisa divulgada pelo site 180 Graus, do Instituto Datacerto, tem os números seguintes: Silvio Mendes (PSDB) tem 57,33% das intenções de voto; Nazareno Fonteles (PT) registrou 31,56%; Major Avelar (PSL) 1,78%; Lourdes Melo (PCO) 1,56%; Ismar Tavares (PCO) 0,89%; Alexis Leite (PSOL) 0,44%; e indecidos / não sabem / não opinam 6,44%.
Ainda no site 180 Graus, o coordenador da campanha do candidato Silvio Mendes, Washington Bonfim revela que "Essa pesquisa destoa de todas as outras. Mesmo sendo o mesmo período da pesquisa IPOP publicada no Meio Norte de hoje (domingo), é estranha a diferença. Aliás, é muito diferente de todas as outras pesquisas que têm muito mais tradição e nome no mercado. Mas, de qualquer maneira, vamos levar em consideração e analisar. O certo é que, apesar dos números, Silvio ainda vence no 1º turno".
Aí eu fiquei pensando: o que é tradição e nome no mercado? Tradição é distribuir massará pra os menos favorecidos? Nome no mercado é ter Felipe Mendes na Secretaria de Finanças? Tradição é tentar impedir a publicação de uma pesquisa que não superfavorece o candidato que está na frente? Tradição é questionar resultados de pesquisas?
O Instituto DataCerto talvez não tenha tanta tradição e nome no mercado. Mas ele tem verdade. Aí eu penso: será melhor ter tradição e nome no mercado ou ser ético e verdadeiro?
Felizmente (pra mim não tão felizmente assim), meu carro passou a semana na oficina e eu andei de ônibus (relembrando os velhos tempos de amarelão). E eu pude ver a minha cidade. E vi belas praças, árvores. Achei a minha cidade mais verde. Mas também vi (e senti, principalmente!) a galeria do bairro Santa Sofia ainda a céu aberto - e juntando urubu -, a falta de saneamento básico, as casas de taipa do Buenos Aires, vi uma mulher sentada atrás de mim reclamando do atendimento no hospital da Primavera (imaginem só: a filha dela estava com apêndicite e lá no hospital disseram que era cólicas e receitaram buscopan).
Então eu pensei: será que eu tô escolhendo o candidato certo? Porque até então eu estava quase decidida a votar na tradição e no nome no mercado. Leia-se: Silvio Mendes!
Ontem, conversando com um pesquisador eu falei que o Prefeito tinha feito muito. Sabe o que ele me disse? "Fez belas praças! E só!Maquiou a cidade", porque por onde ele andava - fazendo as pesquisas dele (de verdade, e não só preenchendo questionários) - o que ele via era pobreza e miséria. Esse pesquisador é um estudante de medicina. Uma pessoa esclarecida e com um senso crítico aguçado. E o que a nossa cidade precisa é da plástica completa, "barba, cabelo e bigode", e não apenas de uma maquiagem bonitinha.
E hoje, depois de ver a arrogância do senhor Prefeito e sua equipe de campanha, eu decidi. Ainda continuo sem saber qual será o meu escolhido, mas penso em procurar alguém que trabalhe com ética e respeito à população, alguém que possa trabalhar decentemente para adquirir tradição e nome no mercado.
Como as pesquisas não mentem, o Prefeito será reeleito no primeiro turno. Isso é um fato inquestionável. Então, prefeito, vamos aproveitar os próximos quatro anos para trabalhar. Sanear, trazer empregos e geração de renda, melhorar a saúde, trabalhar pela educação...Essas coisas que o senhor promete. Aí sim, o povo vai poder lhe chamar de Silvio Trabalhador!
Ah! Por favor, liberdade de expressão ainda pode, né?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008


Eu faço Jornalismo por escolha própria, por vontade de mudar algumas coisas na imprensa atual. Hoje, ao tentar me inteirar das notícias do Piauí, visitei o site que diz ser o maior e mais acessado portal do Piaui e qual foi a minha surpresa. Uma "matéria" de capa cuja manchete era: "Essa gatinha,estudante de Direito e modelo deixa os homens loucos". Aí eu fiquei na dúvida: Será se esse bendito portal é acessado porque é bom mesmo ou será que o povo do Piauí se contenta com esse tipo de informação? Que critérios de noticiabilidade foram utilizados para colocar uma "notícia" como essa?
Eu aprendi, com a querida professora Samantha que critério de noticiabilidade é proximidade, marco geográfico, impacto, proeminência, aventura, conflito, raridade, rivalidade, dinheiro, oportunidade, culto de heróis, progresso, dentre outros. Então eu pensei " É! Poderia até ter sido adotado o critério da proximidade, da oportunidade, da proeminência...mas e daí? No que essa notícia acrescenta pra população?
Então me pareceu uma dessas matérias em que o objetivo maior é promover alguém. Aí eu senti muita pena do rapaz que editou a matéria, porque, por um momento eu pensei que ele pudesse ser como eu - gostasse de escrever notícias e não esse tipo de propaganda da "gatinha que quer ir pro Big Brother a qualquer custo" - e fizesse essa "matéria" só por imposição de um editor. É muito chato ter que fazer o que você não gosta, pior ainda é ter que escrever coisas com as quais você não acredita.

Outra coisa: esse biquini super da moda fui eu que fiz, porque ela tava com os peitos de fora mesmo! Ah, se você quiser saber da notícia toda visite : http://180graus.brasilportais.com.br/gente/essa-gatinhaestudante-de-direito-e-modelo-deixa-os-homens-loucos-39187.html
Por isso, um conselho pra galera do bendito portal : vamos falar de política, que é o boom do momento! Deixem essas "reportagens que parecem pagas" de mão, porque a gente merece notícias de qualidade.
Ah! E vamos ser mais criativos nas legendas pras fotos!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

É Hoje!


Hoje começa a propaganda político-eleitoral no rádio e na televisão. Não posso negar a minha ansiedade... Iupih! Vamos nos divertir por umas semanas!

Já imagino a Elvira Raulino dando tcha-au pra high society! E o-oi pra uma porquinha...

Já imagino o Firmino " Fui prefeito por oito anos e agora me contento em ser vereador...o importante é não abandonar a carreira política".

Ainda bem que meu pai não é candidato, pelo menos eu não vou ter que escutar as pessoas dizerem " Vi teu pai no horário eleitoral!", com um sorriso entre dentes e uma cara de quem se esbaldou mangando dos candidatos na TV.

Aproveitem para ouvir as propostas dos candidatos, como diz a propaganda, são quatro anos. E dois sem horário eleitoral, então vamos pelo menos nos divertir enquanto podemos...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A necessidade de se cativar

À Tamara Madeira Campos, porque até hoje me sinto cativada por ela..


E foi então que apareceu a raposa:

-Bom dia, disse a raposa.

-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

-Estou aqui – disse a voz – debaixo da macieira.

-Quem és tu? – perguntou o principezinho – Tu és bem bonita...

-Sou uma raposa, disse a raposa.

-Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

-Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

-Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

-QUE QUER DIZER “CATIVAR”?

-Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?

-Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É bem incomodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas:

-Não, disse o principezinho. PROCURO AMIGOS. Que quer dizer “cativar”?

-É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”...

-Criar laços?

-Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. MAS SE TU ME CATIVAS, NÓS TEREMOS NECESSIDADE UM DO OUTRO. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor...eu creio que ela me cativou...

-É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

[...]

Mas a raposa voltou à sua idéia.

-Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam, Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. MAS SE TU ME CATIVAS, MINHA VIDA SERÁ COMO QUE CHEIA DE SOL. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então SERÁ MARAVILHOSO QUANDO ME TIVERES CATIVADO. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

-Por favor, cativa-me! Disse ela.

-Bem quisera, disse o príncipe, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

-A GENTE SÓ CONHECE BEM AS COISAS QUE CATIVOU, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como NÃO EXISTEM LOJAS DE AMIGOS, os homens não têm mais amigos. SE TU QUERES UM AMIGO, CATIVA-ME!

-Que é preciso fazer?perguntou o principezinho.

-É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. MAS CADA DIA TU TE SENTARÁS MAIS PERTO...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Coisas que eu aprendi com a Semana de Comunicação


Roubando discaradamente a idéia do Afonso... Por isso, visitem a Casa mais vigiada do país! Ops...Graças à Deus não é mais a do Big Brother, e sim a CASA DOS AVA!

Coisas MUITO IMPORTANTES que eu aprendi com a Semana de Comunicação:

*Usar o Corel! Aprendi em três dias o que não aprendi em um semestre. E com isso, aprendi que boa vontade conta muito, viu Mr. M.?
*Paulo Castilho e Douglas Machado juntos formam uma combinação legal.
*Não adianta ter uma idéia e uma câmera na mão. Tem que pesquisar muuuuuuuito.
*Vídeo-reportagem é legal, o repórter não precisa aparecer e tem mais calor humano. Fico imaginando como seria uma vídeo-reportagem feita no meio de uma torcida do Flamengo, 3 horas da tarde, em outubro, no Albertão. Seria calor humano que não acabaria mais.
*O tempo frio e chuvoso de Teresina proporcionou a continuação de uma palestra no escuro, sem muito calor. Mas a tecnologia (celulares e o flash de uma câmera digital) e a boa vontade dos palestrantes ajudaram muito.
*Universitários podem se comportar como adultos ou crianças do primário, diante de um auditório lotado.
*Pessoas “batem palmas” para vídeos, apesar de eu achar um pouco estranho e desnecessário.
*O povo do Sul conhece (e gosta!) de Cajuína, apesar da Gyselle – que recebeu o apelido de Cajuína no BBB e ter nascido aqui no Piauí – não saber o que é. Fico imaginando ela perguntando “Bial, o que é mesmo cajuína?”
*Existe uma bebida chamada “Manjuína”, que é a mistura de Mangueira com Cajuína, se é bom ou não eu não sei. Só o cheiro da Mangueira me causa enjôo, então não deu pra provar e dar uma opinião. Mas muita gente tomou.
*A galera do Jacaré Banguela não se dá com o cara do Kibeloco (o Antônio Tabet).
*Frederico Fagundes não é só um cara de careta bonitinho, ele também é simpático, humilde, atencioso... E um fofo, postado no orkut dele um desenho da galera do segundo período de Jornalismo da Ufpi.
*Antônio Tabet devia calçar a Sandália da Humildade.
*É paia blogueiro se reunir pra comer bolo de cenoura. Amigos Blogueiros, vamos nos reunir qualquer dia pra comer bolo de chocolate? Ou kibe, se vocês preferirem!
*A Preta Gil ainda vai sofrer muito na mão desses blogueiros.
*Não precisa uma boa foto para a capa de uma revista estar na lista das melhores capas.
*Uma foto diz tudo. Mas eu acho que isso é dentro de um contexto, né?
*Quem mais sabe, não nega dividir conhecimento. Gente humilde produz nas pessoas um sentimento de admiração, gente prepotente produz nos outros um sentimento de asco.
*Tem gente que não sabe de nada e acha que sabe de tudo.
*O cigarro tá dominando tudo. Que pena!
*Meu chinelinho vermelhinho é bonitinho. Agradeço a música que o Paulo Castilho fez pra as minhas alpracatas.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A ética ficou na escola



Eu, como estudante de Jornalismo, sempre que posso visito o “Observatório da Imprensa”, para tentar criar uma visão mais crítica sobre o jornalismo e os jornais. Na visita de hoje li algo que aguçou a minha vontade de escrever sobre o caso da menina Isabella Nardoni. A menina, de 5 anos, foi arremessada de uma janela do 6º andar do prédio em que morava o pai, no Carandiru, na noite do último sábado, 29 de março.
A polícia suspeita da possibilidade de a garotinha ter sido arremessada pelo pai (e/ou pela madrasta) da janela do quarto dos irmãos mais novos. Vestígios de sangue, um corte feito na tela de proteção da janela em que Isabella foi arremessada, uma tesoura encontrada no apartamento, gritos ouvidos pelos vizinhos são indícios do possível assassinato da criança. A polícia trabalha no caso e o pai, Alexandre Nardoni e a madrasta, Ana Carolina Trotta, já estão detidos, mesmo não tendo sido provada a culpa do casal.
Mas, vamos voltar ao “Observatório da Imprensa” de hoje. Há uma matéria do jornalista Luiz Antonio Magalhães em que ele critica a atuação da Imprensa nesse caso. Magalhães fala do jornal “ Diário de São Paulo”, em que a matéria de capa dessa terça-feira (1º de abril) tem como título “Pára, pai! Pára, pai!”. A matéria parece ser o veredicto do julgamento, com a culpa do pai sendo atestada. Mas as investigações apenas começaram. É muito cedo para julgar Alexandre Nardoni.
Já li a matéria completa desse jornal. E, entre vários questionamentos que me fiz, um deles falou mais alto. Será que esses jornalistas estudaram ética nos tempos de faculdade? No nosso curso de jornalismo da Ufpi, a gente bate nessa tecla diariamente. Aí eu fico pensando: será se daqui a alguns anos eu e os meus amigos estaremos produzindo esse tipo de notícia? Para onde vai a ética depois que a gente entra no mercado? O Habitus não pode engolir a Ética.
Então eu lembrei da Madeleine McCann. Ela vai ser sempre uma lembrança na minha vida. Os tablóides britânicos tiveram que se retratar com os pais da menina por causa das acusações que fizeram acerca do assassinato desta pelos pais. E ainda pagaram uma indenização de 1,1 milhão de dólares, para o fundo criado pelos McCann para encontrar Madeleine, como forma de compensação pelos diversos artigos publicados sobre eles nas páginas dos jornais.
Se Alexandre for considerado inocente ao fim das investigações tem todo o direito de ouvir um pedido de desculpas. E se eu fosse advogada dele, pediria uma indenização exorbitante, eu faria o jornal pagar caro por sair por aí o acusando de matar a própria filha. Quem fala o que quer, paga o que não quer. Não é essa a lei do capitalismo?
E, para terminar essa “divagação” peço licença para transcrever o último parágrafo do jornalista Luiz Antonio Magalhães. “Se o pai for de fato culpado, será punido ao fim da investigação. Se for inocente, já está punido”.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um show de edição


Eu assisto Big Brother. Assumo. E quando não assisto um dia, vou à internet conferir o que está rolando “na casa mais vigiada do país”. E quando assisto e gosto, vou saber mais detalhes no site. Só não voto porque a minha irmã faz isso por mim. E sempre soube que é um programa que não acrescenta em nada. E toda vez que eu me sento para assistir lembro do Laurindo Lalo Leal Filho, autor do livro “A TV Sob Controle”, no qual este critica os realityshows.
Segundo Leal uma explosão de reality shows vem ocorrendo na TV, estes porém de realidade têm pouco. São apenas uma aparente flexibilização do “Padrão Globo de Qualidade” Os reality shows seriam marcados pela espontaneidade e pelo improviso, ao invés de se controlar antecipadamente o que vai ao ar. Mas e a edição? Todo mundo sabe que o Big Brother é editado. E o apresentador do programa, Pedro Bial, fez questão de ressaltar esse fato na terça-feira passada. Ele disse “A edição do Big Brother é um show!”. È, eu concordo. Um show de edição! No qual a Globo edita e põe no ar o que deseja. Mais uma vez a manipulação! E velada, escondida sob a capa de edição de reality show.
E tudo bem que já houveram edições mais animadas, mas nessa – que está meio morna – a galera da Globo parece fazer de tudo para esquentar o clima. Gente, até agora não entendi o que foi aquela briga entre Marcelo, Thalita e Fernando. Não lhes pareceu meio forçada? Parece que foi tudo combinado. E agora estão querendo que baixe o cowboy da edição passada no Fernando. Sem contar aquele blábláblá do Bial na eliminação de terça. Vejam só:
“Nessa hora de eliminação, através de várias edições, eu já citei Terêncio, Fernando Pessoa, Manoel Bandeira, Caetano Veloso... alguns gênios! Hoje não...Hoje eu só vou usar frases ditas por vocês mesmos.Bianca,Felipe, Marcelo, é o seguinte:

- Tá todo mundo vendo... não dá pra esconder. Todo mundo vê

- A casa toda não pode estar errada... Não dá! Não dá pra ficar enganando todo mundo.

- Se jogar feio como tá jogando, o Brasil todo vê e não gosta... Em rede nacional... em rede nacional...

- Isso aqui é um jogo... isso aqui é um jogo.

- Não é possível que o público não esteja vendo. Não é possível. Não é possível que a maioria da casa esteja errada.

- Tá tudo gravado. É só ver nas fitas depois... tá tudo gravado.É... não dá pra ficar dizendo as coisas: tá jogando...tá jogando.

Se a pessoa varreu o negócio pra debaixo do tapete, quem mandou levantar poeira? É só olhar nos olhos... e olha, não precisa olhar nem duas vezes. Álias, não vale nem a pena. Não é possível que todo mundo não esteja vendo. Todo mundo está vendo! Por isso, Marcelo, você fica! E não por isso, com 60% dos votos, quem sai é a Bianca.”
O que pareceu? Será que o Bial torce pro Marcelo? Será que ele queria mandar um recado pra alguém? E para quem seria esse recado: Bianca ou Fernando? E, principalmente, será que o Big Brother Brasil é mesmo um reality show? Não seria um edition show?

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Notas de rodapé

* No post do filme "Meu nome não é Johnny" eu disse que João Estrella era traficante, mas não me posicionei a respeito das drogas. Talvez seja até desnecessário falar do quão prejudicial à saúde elas são. Vejamos o caso da Britney. Ela não tem a voz da Whitney Houston nem a simpatia da Yvete Sangalo. Mas era até bonitinha, carismática, virgenzinha e tudo o mais. Se desencaminhou, perdeu a virgindade, teve filho e se envolveu com drogas. Fugiu do esquema ler um livro, plantar uma árvore, ter um filho. Se envolveu com drogas, envolveu com drogas, envolveu com drogas. Perdeu a guarda dos filhos e hoje so aparece na mídia porque ... se envolveu com drogas! Pobre menina. O tóxico não acabou com a vida dela ainda, mas está fazendo a sua parte.
* Mas não é só a Britney. Quantos famosos e anônimos, ricos e pobres, pretos e brancos não vivem esse problema. Por isso que tem que legalizar. Legalizar? Pra vender abertamente na padaria, na peixaria, na loja de doces... Pra ir pro mercado internacional! Uh hu Colômbia! E mais vidas se esvaindo, e a violência aumentando... Assim o BOPE não sobe mais em morro nenhum porque os traficantes legalizados não vão permitir.
* Ainda a respeito do filme. Como usar o cartão corporativo tá na moda, peço solenemente aos senhores ministros: Vamos fazer uma vaquinha. Um dá um pouco, outro um pouco mais, Lula dá a sua parte e todos juntos fazemos uma grande reforma no sistema penitenciário brasileiro. Tá precisando! E o seu reitor colabora! É por uma boa causa. Tudo bem que a maioria dos alunos da UFPI não vão se "misturar", porque têm curso superior. Mas e os clientes do advogados? Nem todo rico tem curso superior.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Esqueci de colocar no post anterior o endereço do blog do verdadeiro João Estrella, taí
http://www.meunomenaoejohnnyfilme.com.br/blogjoao/ ele escreve coisas bem legais... e comungamos de algumas idéias! Amigos, passem lá!
Beijos e até a próxima, que será breve, prometo!

A SIMPATIA DO ANTI-HERÓI


Ontem eu fui assistir “Meu nome não é Johnny”. O filme é excelente. É a indústria cinematográfica brasileira mostrando que é capaz de concorrer com as grandes produções hollywoodianas. A atuação do Selton Mello é brilhante, a da Cléo Pires nem tanto – pra falar a verdade ela me pareceu muito a Lurdinha da “América”.
Baseado em fatos reais, o filme se passa no Rio de Janeiro dos anos 90. Mas podia estar acontecendo ontem. Um jovem que tinha tudo pra “dar certo”, se envolve com drogas e acaba passando de consumidor a traficante. Carismático e cheio de amigos, João Estrella é denunciado e acaba indo pra cadeia.
É aí que começa o seu calvário. Quando eu digo que o filme pode estar acontecendo nesse exato momento eu não minto. A prisão em que João fica é mais do que superlotada. Para conseguir um canto pra ficar ele tem que sair pulando para se desviar dos outros detentos, que estão deitados no chão. A vista grossa da polícia também está presente. Os companheiros de prisão de João quase matam um dos detentos a pauladas e a atitude dos policiais é sair do local onde ocorre a agressão pra não se comprometer, é o popular “vista grossa”. Além disso, o carcereiro recebe “um por fora” – a famosa propina – para trazer lanches da McDonald´s e proporcionar visitas intimas aos detentos que possam pagar “400pratas” por isso. Um brinde ao sistema penitenciário brasileiro! * Lembrei do Zé Simão: Viva o Colírio Alucinógeno!
Mas a juíza mão de ferro – mas nem tanto – acaba representando um alento no meio de tanta corrupção. Tem todo o esquema do tribunal e dias de sessões para julgar o traficante. Ele nega que a droga encontrada em um apartamento seja dele, mas depois – quando seus amigos são quase condenados – ele assume que era o traficante. Um herói, assume sua culpa para salvar os amigos. Um herói, faz um discurso de arrependimento emocionante – que quase me leva ás lágrimas – dizendo que não queria que a sua mãe o visse naquela situação. O seu discurso é o que o salva. Mexe com o emocional da juíza e faz com que ela o encaminhe a um Hospital Penitenciário.
Quando eu vi aquele “hospital” eu R-E-A-L-M-E-N-T-E me perguntei se aquilo ainda poderia existir. Parecia mais um “lixeira humana”. Lembrei da “milha”, a prisão do filme “À espera de um milagre”, que se passa há muitos anos atrás. Muito engraçado quando João diz que está num hospício. Era realmente um hospício, uma miséria humana. Mas é o “hospital-buraco” que o salva. Ou melhor, o que o salva é ele mesmo, porque ali era só um lugar pra ele refletir.
O bom do filme é que o final não é triste. Eu pensei que fosse. Tava até esperando o João ser assassinado na cadeia ou na “lixeira”. Mas ao contrario disso ele deixa o vício e vira produtor musical, é vivo até hoje e fez até uma participação especial no filme.
Só teve uma coisa que me deixou encabulada. Porque que todo herói brasileiro tem que ter um quê macunaímico? Herói sem caráter? Já vi esse filme antes... Acho que o João é parente do Capitão Nascimento. Um herói sem escrúpulos que acaba cativando o público. Ele até pediu pra sair (do mundo das drogas). Eu sei que todo ser humano tem defeitos e qualidades. Mas vamos humanizar menos e retratar mais. Se bem que o João Estrella da “vida real” disse que o filme é bem a realidade, o que aconteceu, como ele era.
Gente, e a criatividade? Vamos fazer um herói bonzinho! Não precisa ser 100% do bem, mas... Por favor, um traficante tão simpático, engraçado, com cara de gente do bem, não dá. Engraçado que ele se droga além da conta e fica normal, nunca parece agressivo ou zangado. Não mostram uma cena dele com cara de drogado, olheiras, quebrando tudo, gritando. As drogas parecem não afeta-lo. O rosto dele antes e depois de usar drogas é sempre o mesmo. Eu senti até vontade de abraçá-lo quando ele estava passeando com os amigos pelo Rio de Janeiro depois de sair do hospício. O Selton Mello arrasou como traficante com aqueles seus trejeitos. Mas aquele cabelinho de anjo parece o do Emanuel – o anjo que ele representou na novela “A Indomada”.
No mais o filme é ótimo. E não tem cenas de sexo, nem tanto palavrão – uma vez que o ambiente em que ocorre é, usando esteriótipo, é regado a um vocabulário bastante chulo. Com tiradas de humor e a cômica atuação do Luís Miranda, é uma boa dica de filme para o fim de semana.