quinta-feira, 8 de novembro de 2007

"Analfabeto não ganha dinheiro"


Semana passada eu fui ao Sine para fazer a carteira de trabalho. Como todo brasileiro, eu preciso de uma. Não só de uma carteira de trabalho, mas de um emprego - emprego, que é aquilo que nos dá prazer, - não trabalho - que para mim, é uma atividade massante que lhe rende só um salário e nenhuma satisfação. Trabalhar dá trabalho.

Mas não é a minha opinião sobre emprego e trabalho que vem ao caso. Eu estava na fila esperando a minha vez, quando antes de mim chega um homem simples, humilde, mãos calejadas de trabalhar... E diz que é analfabeto. A pessoa responsável pelo serviço ao constatar que o homem era analfabeto disse num tom bastante grosseiro: " Acho melhor o senhor procurar o EJA ( Educação de Jovens e Adultos, oferecido àqueles maiores de 18 anos que não concluíram o ensino fundamental ou médio ), porque analfabeto não ganha dinheiro não! "

Que nos dias de hoje está cada vez mais difícil arranjar um emprego é indiscutível. Que saber ler e escrever é fundamental até um analfabeto sabe. Que para conseguir um emprego digno com salário razoável é preciso especializar-se todo mundo concorda. Mas e a mulher que é alfabetizada e provavelmente concursada? Ela aprendeu a tratar bem as pessoas? Talvez o analfabeto saiba.

E para ganhar dinheiro tem mesmo que ser alfabetizado? O presidente Lula disse que não tem curso superior e conseguiu ser eleito presidente. Foi um ato falho, porque pareceu que ele disse que não é importante estudar. E estudar é importantíssimo! Mas o estudo não nos ensina a ser gentil, a respeitar as pessoas, a ser um cidadão decente. Como diria o profeta Gentileza: gentileza gera gentileza.

E quantos vereadores, prefeitos, deputados são semi-analfabetos e ganham dinheiro? Não estou aqui querendo alfinetar a classe política, é apenas um exemplo que cito.


Analfabeto não ganha dinheiro. Essas palavras martelam na minha cabeça o tempo todo. Acho que esse vai ser o tema da minha próxima matéria. Vou procurar pessoas que estudaram pouco e venceram na vida, não às custas do saber intelectual, mas às custas do saber fazer, do ir à luta.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

MANDAMENTOS DO JORNALISTA



Mandamentos copiados discaradamente do orkut do Renan. Me identifiquei muito com isso, principalmente com o último, porque, inexplicavelmente, amo muito tudo isso.


De Elite



Sábado eu assisti o comentadíssimo filme “Tropa de elite” e a conclusão que tirei foi que é realmente de elite. Atores de elite, produção de elite... por isso foi um dos filmes piratas mais assistidos e comentados. Eu não sou contra comprar e assistir filmes piratas, sou contra a pirataria. Num país onde o acesso à cultura e ao lazer custa tão caro, assistir filme pirata pode ser uma saída dessa exclusão social. Quanto custa um DVD original? Quanto custa um DVD pirata?
Num país onde é tão difícil sobreviver, é impossível condenar um camelô que vende um DVD pirata para alimentar seus filhos. Deve-se condenar policiais que cobram propina para fechar os olhos para crimes como esses, deve-se condenar quem cria planos para contrabandear, piratear, sonegar, enganar.
Mas não quero me estender nessa questão da pirataria, quero falar sobre o filme. O Wagner Moura não me surpreendeu, eu já sabia que ele era tudo aquilo que a gente vê no filme. Há muito tempo eu já “saquei” que ele é daqueles que veio pra ficar, e já galgou a fama, o sucesso e o reconhecimento. Agora é só mais brilho! Que venham mais filmes, mais novelas, séries, minisséries... e que ele continue arrasando. Se me dessem um dia uma oportunidade de escolher um ator para entrevistar seria ele. Não sei nem por quê. Acho que porque ele é baiano, do nordeste, e faz tanto sucesso. Ou não, acho que porque ele é bom mesmo. E prova isso em todos os seus trabalhos.
E o filme parece “tocar na ferida”, fala da corrupção da polícia, da violência, do tráfico de drogas. E fala do BOPE (o Batalhão de Operações Especiais da Polícia), propondo que os policiais do BOPE são incorruptíveis. Entretanto, eu fiquei pensando: será que vale a pena ser incorruptível e ser tão violento?
É isso! E vão ao cinema assistir o filme, pelos atores, pelas imagens e para refletir um pouco sobre a violência, a ética (ou a falta dela) e certos valores que o filme mostra, como a amizade e a superação. Além das imagens, que apesar de terem me cansado um pouco a vista no começo, são boas e reais.

domingo, 30 de setembro de 2007

Até quando?


Quinta-feira fui ao hospital Getúlio Vargas, o famoso HGV. Não por necessidade extrema, mas por vontade de conhecer aquela realidade tão distante de mim - era como eu pensava até ir lá. Distante. Moro em Teresina desde que nasci, sempre ouvi histórias sobre o hospital, mas nunca imaginei um realidade tão cruel. Saí do hospital com uma pergunta na cabeça: o que o Estado faz com seus enfermos? Depois refleti longamente sobre a questão e vi que a saúde pública não é um problema só do Estado, mas de todos nós cidadãos, que votamos, que temos direitos e deveres com a nossa sociedade. É um hospital grande, com estrutura para receber pessoas do Piauí, Maranhão, Pará, Tocantins e até da Bahia. Doentes em busca da cura. Uma cura que pode demorar dias, semanas, meses...ou pode não vir nunca.
Os corredores estão lotados de doentes, porque as enfermarias também já ultrapassaram a demanda de pessoas. Gente que sente dor de cabeça e vai ao hospital só para tomar um remédio porque não tem condições de comprar misturada à pessoas com início de infarto, com pernas quebradas, doenças no fígado... A estrutura humana é até satisfatória - conforme relatou o estudante de medicina que faz parte do corpo de alunos do regime de internato - o que precisa ser melhorada é a estrutura física. Há muitos médicos e estudantes preparados para tratar das pessoas que necessitam de serviços médicos, o que falta é lugar para abrigar tanta gente. Mas não é só isso o que falta ao HGV. Falta ética de alguns profissionais que pedem dinheiro aos pacientes para arrumar-lhes macas, exames, cirurgias - quando na verdade todos os procedimentos médicos são pagos pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Ou facilitam a internação de alguns doentes em troca de votos. Falta também remunerar melhor esses profissionais para que eles não precisem recorrer à esses meios.E falta, principalmente, um pouco de vergonha na cara dessas pessoas, porque pedir dinheiro - de quem não tem nem para comprar um remédio que lhe cure o mal - para "ajeitar" os doentes e agilizar seu atendimento é, no mínimo, imoral.
O que eu vi, e que me orgulhou muito, é que, apesar da relativa falta de boas condições de trabalho, alguns médicos cumprem com afinco os mandamentos da profissão. Foi um alento.

sábado, 29 de setembro de 2007

Haja colírio alucinógeno



O que nos choca mais, filhos matar pais ou pais matarem filhos? Em outubro de 2002, Suzane von Richtofem , na época com 19 anos, planejou minuciosamente o assassinato dos pais. O motivo: eles não aprovaram seu namoro com Daniel de Paula e Silva. Em maio de 2007, Kate e Gerry McCann possivelmente assassinaram e ocultaram o corpo da filha de 3 anos, Madeleine McCann. O motivo: desejavam jantar sossegadamente com amigos ingleses.
O casal de médicos ingleses (Gerry é cardiologista e Kate é clínica geral), de férias em Portugal, é apontado como suspeito de matar acidentalmente a menina – através da ingestão em excesso de sedativos para dopar a criança e os irmãos de 2 anos – e esconder o corpo, uma vez que a autopsia acusaria superdosagem. Preocupados com a reputação – matar a própria filha, mesmo que acidentalmente, além de cruel é hediondo – e com a punição – na Inglaterra há pena de morte – os McCann se fizeram vítima do “seqüestro” da bela loirinha.
Suzane parecia chocada com a morte dos pais, chorou no enterro e foi consolada pelo namorado. Dias depois, acuada, confessou seu crime. A justificativa: “Matei por amor!”. Amor ao namorado, obviamente. Amor aos pais – que a criaram dando tudo que queria (talvez esse tenha sido o erro) – ela foi incapaz de dedicar, ao contrário, pelos pais ela não sentiu sequer compaixão.
A frieza de Suzane na reconstituição do crime chocou até a polícia, que é acostumada com todos os tipos de crime. A garota, bela e rica, parecia não se dar conta da gravidade do crime que cometera, não derramou uma lágrima ou demonstrou qualquer tipo de emoção. Kate McCann também não derramou uma lágrima, não demonstrou qualquer tipo de emoção ou descontrole diante do sumiço da filha ( será por causa da polidez britânica?) e em seu diário pessoal ela relata o quão aborrecedora era a tarefa de cuidar dos filhos, os quais batalhou para ter – os filhos do casal nasceram de reprodução assistida.
O caso de Suzane rendeu quilos de processo, dividiu opiniões acerca de sua pena e da adoção da pena de morte no Brasil, populares tentaram linchá-la. Agora ela quer cobrar indenização pelos maus tratos que sofre na prisão. E o maior de todos os maus tratos que ela cometeu? Como ela era bem tratada pelos pais, e mesmo assim acabou matando-os.
O possível seqüestro de Madeleine movimentou o mundo, quase 2 milhões de euros foram doados para ajudar nas buscas. Personalidades inglesas fizeram campanha para encontrar a garotinha. Poderia o casal McCann ter promovido toda essa movimentação para desviar de si o foco das atenções? É muita insanidade!
Suzane cometeu um crime inacreditável. Kate possivelmente cometeu um crime inimaginável. Como pode uma mãe recorrer à ciência para ter filhos aos quais ele não conseguiria amar? Ele quis tê-los e lutou para isso! Como alguém, por mais endurecido que seja, seria capaz de fazer mal a uma criança tão pura?
Como diria o jornalista José Simão, eu preciso pingar meu colírio alucinógeno para acreditar em tudo isso.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A vida


A vida é um dever que trouxemos para fazer em casa

Quando se vê são seis horas

Há tempo...

Quando se vê já é sexta-feira

Quando se vê passaram sessenta anos

Agora é tarde demais para ser reprovado

E se me dessem um dia uma oportunidade eu nem olharia para trás

Seguiria sempre em frente

Jogando fora a casca dourada e inútil das horas


Mário Quintana


Porque ele é o poeta brasileiro que eu mais gosto. O melhor de todos. Soube traduzir em palavras os sentimentos mais belos e ainda é o gigante da literatura brasileira.

Porque pensar é bom...tão bom quanto não pensar!!!


Estive pensando em coisas para escrever...difícil escrever algo quando as idéias parecem querer fugir.

Por falta de palavras traduzo pensamentos "roubados" que refletem os meus

"Assim como um girassol escolhe sempre estar voltado para o sol,

escolha focalizar o lado melhor, mais bonito, mais luminoso e vibrante das coisas que lhe acontecem.

Nossa percepção é seletiva, nós "focalizamos" o que queremos ver

e deixamos de perceber o restante.

Você já reparou como é fácil ficar de baixo astral?

Uma conta para pagar...Não ganhar todo o dinheiro de que se precisa... Não ter a aparência que se gostaria de ter...

Não ser valorizada no trabalho... Não ter encontrado o sucesso, ou um grande amor ...

É por isso que freqüentemente não nos sentimos bem.

Depositamos nossa atenção no que nos falta, no que nos magoa...

E ocupamos nossa mente com pensamentos preocupantes sobre o futuro.

Enfim, deixamos a nossa mente à deriva, torturada por pensamentos negativos que nos dominam.

Na verdade a maior parte do tempo, estamos lutando com a vida,

não aceitando o que ela nos traz...

E quando não aceitamos aquilo que é, e nos concentramos no que deveria ser,

nos frustramos, sofremos cada vez mais, ao ponto de perdemos o sentido da existência...

Escrito por:Fênix Faustine!